Atendendo à dúvida da Tatiana, um dos meus 20 leitores, pedi ao Roberto Callari – geofísico que trabalha comigo aqui – que escrevesse um texto explicando o que é sísmica e como ela é feita.

Publico abaixo o texto e, dúvidas, coloquem nos comentários que eu repasso a ele.

“Os métodos sísmicos se fundamentam na geração de ondas acústicas e na medição do tempo requerido para que estas ondas se propaguem da fonte de emissão até um conjunto de sensores (geofones em terra e hidrofones na água) dispostos em superfície ao longo de um perfil. Um equipamento de registro de dados (sismógrafo) capta os sinais recebidos pelos sensores e os armazena em formato digital para posterior processamento e interpretação.

A partir de sua geração, as ondas acústicas podem sofrer refrações ou reflexões nas interfaces entre dois meios em subsuperfície, sendo que os tempos de trânsito (deslocamento) e as velocidades de propagação das ondas nesses meios estão relacionados à densidade, porosidade, composição mineralógica e às propriedades elásticas dos materiais; fornecendo, assim, as informações dos estratos e das estruturas das rochas em profundidade.

Dessa forma, a sísmica é um método de mapeamento do subsolo, utilizando ondas geradas por fontes artificiais. Medidas são feitas dos tempos de chegada de eventos atribuídos às ondas sísmicas que tenham sido refletidas em interfaces onde há mudanças na impedância acústica. O objetivo e mapear a profundidade, o mergulho e a direção destas interfaces.

Os explosivos são a principal fonte terrestre de energia, mas há outros tipos de fontes relevantes como o Vibroseis (caminhões com massas acopladas ao solo, que emitem sinais vibratórios), e quedas de peso. Os sensores que registram o retorno da energia emitida são os geofones, no caso terrestre, que convertem a energia sísmica em sinais elétricos, e estes registrados em formato digital. Estes sinais permitem medir a velocidade de oscilação do terreno, e uma série de outros atributos físicos das camadas subjacentes.

A fonte predominante de energia na sísmica marítima é o airgun (canhão de ar), mas explosivos e outros tipos de energia também podem ser utilizados. Os hidrofones são sensores sensíveis à pressão, que registram o retorno da energia emitida, sendo montados em longos cabos (streamers).

O processamento de dados sísmicos tem o propósito de suprir o intérprete com uma imagem, ou um volume em 3 dimensões, o mais próximo possível da geologia de subsuperfície.

As seções e os volumes de dados podem mostrar o comportamento das velocidades, e de vários atributos de resposta do sinal gerado. A interação entre os vários aplicativos, que são softwares para mapeamento, conversão em profundidade, criação de modelos geológicos, displays simultâneos, acompanhamento em tempo real de poços, seções arbitrárias, seções horizontais, entre outros, permite uma interpretação privilegiada das feições dos subestratos rochosos e dos reservatórios de óleo e gás.

9 Replies to “Métodos Sísmicos”

  1. Quem tem medo da Petrobras

    03/09/2009 – 00:20 | Enviado por: Mauro Santayana
    Por Mauro Santayana

    Os mesmos jornais que atacam a Petrobras revelaram, ontem, que a empresa foi, entre as não financeiras, a mais lucrativa das Américas, no segundo trimestre deste ano. Isso comprova que está sendo bem administrada. No passado se dizia que o melhor negócio do mundo era uma empresa de petróleo, e que o segundo melhor negócio do mundo continuava sendo uma empresa de petróleo, mesmo mal administrada. Se a Petrobras foi a empresa mais lucrativa da América – e na mesma lista não se encontram outras empresas petrolíferas – reforça-se o êxito da empresa criada por Vargas. Não há por que apelar para o concurso das petrolíferas estrangeiras na exploração do pré-sal. O contrário é que é o certo, e a Petrobras tem participado, com êxito, da exploração de petróleo no exterior, principalmente em associação com empresas também estatais.

    Defensor da iniciativa privada, o ex-ministro Delfim Netto prefere não distinguir as empresas estatais das empresas privadas, senão pelo fato de serem bem ou mal dirigidas. A Petrobras, mesmo em seus anos piores, tem sido bem administrada porque, se os diretores nomeados falham, o corpo histórico de técnicos e administradores sabe cumprir seu dever e resistir – como resistiu ao golpe de 1997, perpetrado com a legislação conseguida pelo presidente Fernando Henrique, ao desfigurar a grande empresa.

    Se os mais jovens soubessem que a Petrobras tem sido, desde suas primeiras horas, vitória da pertinácia nacional, estariam nas ruas, como estiveram seus pais e avós, repetindo o slogan poderoso de há mais de 50 anos: o petróleo é nosso. Ao reservar para o povo brasileiro o óleo fora das áreas de concessão, infelizmente já outorgadas aos estrangeiros, o atual governo volta sim, ao passado, como é da conveniência de nosso povo. Os que promoveram a amputação da Petrobras, durante o governo dos tucanos de São Paulo, voltam a se mobilizar contra o projeto do governo federal. O governo Lula está agindo constitucionalmente. Apesar de todos seus esforços, o senhor Fernando Henrique não chegou a quebrar o monopólio da União sobre o petróleo. Falam hoje da necessidade de que haja discussão, como se a sociedade, que se manifestou como pôde em defesa da estatal, tivesse sido ouvida em 1997, quando o governo repetia, com entusiasmo, o pensamento único neoliberal, e contava com a grande mídia para impô-lo ao Congresso e aos “formadores de opinião”. Convém que as normas do processo se definam imediatamente. Não há melhor momento para começar a construção do futuro do que agora.

    Mesmo que haja excesso de otimismo com relação às jazidas do pré-sal, será imperdoável erro histórico não viabilizar a exploração das novas reservas. Todos os argumentos dos oposicionistas não dissimulam os interesses que se encontram por detrás de seus atos. Tal como no passado, começam a surgir institutos, associações e movimentos, com seus “consultores”, para contestar o controle da exploração do petróleo pelo Estado. Há quem diga que o petróleo não tem futuro. Se não tem futuro, tem presente. É pelo petróleo que os norte-americanos estão matando e morrendo no Iraque e no Afeganistão.

    publicado no jornal do brasil de hoje

  2. Também achei, joguinho bem xunéba!
    E o delegado mandando prender o badeira? hilária aquela cena.
    Mas a baixada estava linda!

    E a parcialidade do Jr é uma coisa né!!!

  3. Estou aprendendo bastante sobre o tema.
    Uma pena as pessoas responsáveis por tratar do assunto( sejam elas do governo ou parte da imprensa) não o façam com o devido valor.
    .
    É a tal da coisa né Migão, pré-sal não é apenas aquele sal que vem antes do sal. rssss

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