
Pessoas que são mais “sentimento” tendem a serem explosivas e emotivas. Seres humanos que dão primazia à razão carregam estigma de frias, calculistas e cruéis.
Os 20 leitores deste blog devem estar pensando: “o Migão vai falar lugares comuns aqui?” Porque isso, reconheço, é um lugar comum daqueles.
Não, não irei. Conclamo, apenas, a inserirem o bom senso nesta luta diuturna. Quando pendemos apenas para um dos lados, a tendência é de que caminhemos para o espectro lateral das opções. Ou seja, em português claro: seremos “bebês chorões” ou “robôs”.
Se agirmos com bom senso, saberemos quando extrapolamos e voltamos ao equilíbrio. Certas situações demandam mais de um que de outro, entretanto a sabedoria é deixar um ou outro aflorar.
Normalmente, a razão controla o sentimento. Nos dias de hoje, em que vivemos o primado absoluto da razão, a tendência é de que manifestações de sentimento puro sejam vistas como “fraqueza”.
Principalmente no mundo empresarial, quem é mais afeito à razão – e menos ético também, mas isto é outra história – é considerado “mais preparado” para ser um funcionário de sucesso. Empregado “bom” é aquele que chuta a cabeça do colega sem se perturbar.
Particularmente, acho isso péssimo.
Razão sem sentimento é falta de sensibilidade, sentimento sem razão é descontrole. Nossa sociedade tende a aceitar mais o primeiro caso que o segundo.
Onde eu quero chegar ?
Gostaria de propor aos leitores uma reflexão, inserindo o bom senso na questão. Muito racionais temperarem com um pouquinho de sentimento e emoção as suas atitudes. Quem é emocional parar para pensar e ver as consequências das decisões que vem tomando em sua vida.
Estou pedindo equilíbrio, mas eu mesmo sou um mau exemplo: tendo muito mais à razão, embora tenha em minha defesa o fato de ter me acostumado a sentir emoções bastante contidas. O tempo e a vida foram me tornando extremamente pragmático, ainda que isso não signifique renegar meus valores: muito pelo contrário.
Entretanto, sou obrigado a confessar que se eu fosse mais emoção e menos racionalidade, certamente minha vida teria seguido um rumo diferente. Melhor ?
Sinceramente, não sei.