O Caderno Prosa e Verso, do jornal O Globo de sábado, publicou um caderno especial dedicado à vida e obra do escritor Euclides da Cunha, que completou 100 anos de falecido exatamente no sábado, 15 de agosto.

O escritor foi assassinado pelo amante de sua esposa, Dilermando, em um “duelo” à moda antiga.

As matérias traçam um bom perfil do escritor e ressaltam, especialmente, as transformções no pensamento do autor durante a Guerra de Canudos.

Em um primeiro momento, ainda na metrópole, em seus informes ainda comprava a versão de que era uma revolta pela volta da Monarquia.

Após a sua presença como correspondente de guerra, no front, suas impressões vão se alterando e mesmo as suas matérias como correspondente do jornal “O Estado de São Paulo” são bastante diferentes que o retrato da guerra acabado, traçado no livro “Os Sertões”.

Uma das teorias expostas no material é a de que nas matérias para o jornal ele preferiu omitir certos excessos cometidos pelo Exército – como a degola de prisioneiros – a fim de não renegar seu passado militar e o pensamento positivista.

Outra faceta da vida dele que eu não conhecia é que ele estudou a Amazônia, tendo inclusive feito uma longa viagem pela região.

Bom material. Recomendo a leitura.

Também recomendo a leitura de “Os Sertões”, que li quando tinha 18 ou 19 anos. Indispensável pela literatura, pela descrição do sertão e pela batalha.