
Ao passar pelo Boulevard 28 de Setembro, reparei que haviam três novos pardais instalados, variando entre 50 e 60 km/h como limite. Também há um novo pardal, que multa avanço de sinal, na esquina com a São Francisco Xavier. Lembro que a avenida não tem mais do que três quilômetros, se muito.
Queria dividir com meus 18 leitores a minha indignação com esta verdadeira indústria de multas em que se transformou o Rio de Janeiro. Os equipamentos eletrônicos são instalados não em locais onde a segurança viária requisita a existência deles, mas sim onde possam render mais recursos de multas para o Estado.
Basta ver os famigerados pardais que multam em avanços de sinal. Quase a totalidade deles está colocada não onde realmente há histórico de acidentes, mas sim em locais onde há grande histórico de assaltos e você acaba obrigado a escolher: ou se sujeita a ser vítima de violência, ou paga a multa.
A “indústria da multa”, hoje, é utilizada como fonte de recursos para os governos. Educação para o trânsito é discurso somente. Todo ano os responsáveis pela Secretaria de Trânsito enchem a boca para dizer que “batemos recordes de arrecadação com as multas.”
Outro bom exemplo disso são locais como o Aterro do Flamengo e a Avenida das Américas, onde os equipamentos têm velocidades alternadas: um é de velocidade mais baixa, outro de mais alta. Pergunto eu: onde isso vai educar o motorista ? A idéia é tomar dinheiro mesmo.
Não poderia me esquecer de falar dos “multaman”, o pessoal da Guarda Municipal do Rio de Janeiro. Piscou, leva multa. Lá na Ilha, pode ser domingo, feriado, dia santo, os caras estão lá arrecadando.
Final de mês, então, quando eles precisam fechar a cota de multas que têm de apresentar aos superiores, é uma festa. Até dentro de estacionamento fechado os caras emitem multas por estacionamento proibido…
Sem contar as aberrações. Meu carro foi multado em Jacarepaguá por falar ao celular; o guardinha escreveu que era um Peugeot 307. Detalhe é que meu carro na ocasião era uma Palio e estava guardado na garagem do prédio onde eu trabalho. Pergunta se eu consegui recorrer ?
Aliás, os Guardas Municipais deviam andar com aquele adesivo na farda: “Quer ser multado ? Pergunte-me como.”
A educação para o trânsito se resume a multar, à medida coercitiva. Educar desde pequeno, fazer campanhas de conscientização, investir os recursos arrecadados no trânsito e na conservação de vias, isso ninguém faz.
O Denatran, que devia fiscalizar, lava as mãos. A Autoesporte publicou em entrevista feita com o presidente do órgão em que havia uma pergunta de minha lavra sobre o assunto. Ele tergivesou, tergivesou, e saiu pela tangente. Lamentável.
Parafraseando aquela velha ironia sobre o inchaço do Campeonato Brasileiro na década de 70, “onde arrecada mal, coloque mais um pardal. Onde arrecada bem, coloca mais um também.”
Em tempo… você já foi multado hoje ?
Sou de São Paulo e estive no Rio em 20/11, passava na boa por Copacabana quando vi o sinal ficando amarelo e vermelho em uma velocidade “maior que a da luz”, pelo que tenho visto tenho bem poucas dúvidas se fui multado, pois ainda vi a rápida mudança.
Não parei para contar mais aquele sinal não tem 4 segundos de amarelo “nem a pau”.
Detalhe:Isso espanta turista, acho que mais é que multar os gracinhas que vivem por aí fazendo besteria com o carro mais sacanear nos dispositivos eletrônicos usando-os como “caça niqueis” Pelo amor de DEUS.
Pais sem pudor….tudo é feito para ludibriar o cidadão….vendem carros cada vez mais velozes, e depois enchem as ruas de pardais e lomabadas….passar do amarelo para o vermelho têm que ser 4 segundos….mas será que é cumprido? e se recorrer depois???
Obvio; nunca ganha…