Ontem, a pedido de uma pessoa próxima, fiz algumas pesquisas na internet sobre o Papa em questão. Divido com vocês, abaixo, a compilação que fiz do material que “garimpei”.
A história daria um bom livro, a propósito.
Ele nasceu em Villandraut, Gironda, na região de Bordeaux, cidade da qual se tornou arcebispo em 1299.
Eleito após um pacto selado com o então rei da França Filipe, “O Belo”, da França. Este rezava que o rei com seu poder e influência o ajudaria a alcançar o papado se Bertrand retirasse a excomunhão da familia real, colocada pelo papa anterior.
Ele foi eleito Papa após um longo conclave realizado em Perugia, onde se defrontaram os interesses dos cardeais italianos e franceses.
O seu pontificado ficou marcado por duas coisas: pela mudança da Santa Sé de Roma para Avignon em 1309, justificado pelos tumultos existentes em Itália, e pela destruição trágica da Ordem dos Templários (ordem criada pela própria Igreja Católica), que defendia e protegia os cristãos pela Terra Santa. Veremos isto abaixo.
A decisão de transferir a sede papal para Avignon foi tomada por indicação do rei francês Filipe IV, o Belo, inaugurando um período em que a autoridade e a influência do papado diminuíram muito diante do poder dos reis de França; e teve como resultado político-religioso o cisma do Ocidente, com o estabelecimento de dois Papados, em Roma e Avignon.
Descendia de família nobre e foi bispo de Comminges (1295-97), depois arcebispo de Bordeaux (1297-1305), foi eleito papa (1305) como sucessor de Bento XI (1303-1304), após o longo conclave de Perúgia, e sob influência do clero e governo franceses.
Como os cardeais franceses eram majoritários, Filipe IV, rei de França, conseguiu que o seu favorito fosse proclamado Papa. O arcebispo Bertrand adotou o nome de Clemente V.
Foi coroado em Lyon na presença de Filipe, o Belo, que sempre o manteve sob seu poder de influência. Na prática, o Papa Clemente V era um títere do rei francês.
O rei da França, inspirador do ultraje de Anagni, passou a exercer fortes pressões sobre ele. Conseguiu de imediato a supressão da poderosa e desafeta ordem religiosa e militar dos Templários, sendo o líder Jacques DeMolay – contando 70 anos – preso, condenado e queimado vivo na fogueira. Ele morreu em Paris, no ano de 1314, satisfazendo uma vingança pessoal do monarca e a posse deste sobre as enormes riquezas da Ordem.
Também promoveu a anulação das bulas que proibiam os monarcas de exigir impostos dos eclesiásticos e reafirmavam a autoridade do papa. Conta-se também que atendendo aos insistentes pedidos do rei, canonizou o papa Celestino V e, na Itália, apoiou Roberto de Anjou, rei de Nápoles, que se tornou o líder do partido guelfo.
Voltando à questão da transferência do Papado: alegando ser uma localização mais adequada do que Roma para administrar a igreja, pois a França era politicamente mais importante, transferiu a sede do papado de Roma para Avignon, cidade ao sul de França, onde havia um grande mosteiro, ali fixando residência (1309) e dando início ao chamado Cativeiro de Avignon, que durou quase 70 anos (1309-1377).
No âmbito religioso, celebrou o Concílio de Vienna (1311-1312), 15º Concílio Ecumênico, que estabeleceu a inocência do Papa Bonifácio VIII (1294-1303) pela morte de seu antecessor, e onde realizou sua obra mais importante, uma notável coleção de leis canônicas, denominadas Clementinae, as Clementinas, incluídas no Corpus iuris canonici.
Também levou à fundação na Europa de várias cátedras de línguas asiáticas, fundou a Universidade de Oxford e pôs fim à antiga dissidência entre a Ordem franciscana e os espirituais.
Suas disposições testamentárias favoreciam a própria família de forma tão evidente que, por determinação de seu sucessor, João XXII, originaram um processo.
Papa de número 196, morreu em 20 de abril (1314), em Roquemaure, Nimes, na Provença, após ingerir esmeraldas reduzidas a pó para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento, que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando o papa retornava a sua cidade natal, e foi sucedido por João XXII (1316-1334).Reza a lenda de que seria vítima da maldição lançada por Jacques de Molay quando de sua morte. Tanto ele quanto o rei francês Felipe pereceram menos de um ano após ter sido queimado vivo na fogueira.”