Concurso para Professor de História da UFF, cartaz afixado no mural em frente aos elevadores, no quarto andar, bloco N.
Colaboração do leitor Fabrício Gomes.
Agora, é aguardar o Diário Oficial…
Escrito por: Pedro Migão em 12 de junho de 2009.
6 Replies to “Uma imagem vale mais que mil palavras”
Caro Pedro,
Vi seu link lá no Biscoito e quis comentar aqui. Olha, falando de maneira geral e não nesse caso específico, tem me preocupado a banalização das denúncias sobre concursos.
É, é verdade que há problemas – e eu sei de pelo menos um concurso dirigido mesmo (e não de ouvir dizer, mas de saber dos fatos e de pessoas envolvidas) – do gênero no Brasil.
Mas, ao mesmo tempo, percebo essa banalização, como se tudo fosse arranjado, o que, até onde conheço e entendo, passa longe da verdade.
Em concursos, é normal que alguns nomes se tornem favoritos. Favoritos pelo perfil, currículo, história, etc., mas não favorecidos a priori. Já vi favoritos confirmarem a sua condição, como outros perderem para surpresas.
Eu já vi também tentarem sacanear concurso com esse tipo de denúncia a priori contra um favorito. Na verdade, era um concurso grande, com mais de 20 candidatos e pelo menos 3 nomes fortíssimos – ou, para usarmos a palavra, 3 favoritíssimos. Aí, antes da hora, fala-se à boca pequena: concurso arranjado para fulano, quando, na verdade, fulano era um dos 3 fortes que tinha mais probabilidades de ganhar. Ah, só para esclarecer, eu não faço parte de nenhuma dessas histórias, apenas as conheço bem.
Por favor, não me entenda mal. Não estou dizendo que seja esse o caso. Quero apenas compartilhar uma preocupação minha a partir do que tenho observado.
Boa noite, George, obrigado por comentar aqui.
Quem me passou a foto foi um amigo meu que é mestrando de História na UFF, e que fez o registro. Na própria seleção para este mestrado a coisa já foi meio esquisita, conforme o relato dele.
Entretanto, é evidente que temos de esperar um eventual resultado para poder tirar alguma conclusão.
Obrigado por comentar.
Bem, discordo do comentario do George. Nunca vi “favorito” em concurso ser rotulado assim antes da hora. O correto seria TODOS concorrerem em pé de igualdade e, aí sim, corrigidas as provas, ser declarado um vencedor.
Não é que seja uma regra de fato a maracutaia ocorrer em 100% dos concursos, mas principalmente nestes, para mestrado/doutorado/professor-titular, a coisa ocorre – e em grande escala. Em primeiro lugar, deveria ser PROIBIDO um professor da banca julgar um ex-aluno orientado por ele diretamente. Obviamente que, entre um candidato “de fora” e um ex-orientando, quem será que ele vai indicar pra vaga? Na UFF, em cada 10 vagas colocadas a disposição, pelo menos 8 vagas já estão “comprometidas” para alunos “da casa”. As outras duas vagas ficam então para o “restante”. No doutorado da mesma instituição, 10 ex-alunos ocuparam as 10 vagas. Os professores da banca ja entraram sorrindo na sala de provas.
O ensino no Brasil, por si só, é excludente. Começa excludente lá embaixo, no ensino básico (nem todos têm acesso ao ensino) e quando o gargalo afunila, como no caso de um mestrado, a coisa piora, porque somente o “cream de la cream” é escolhido (a maioria não por mérito, mas por Q.I).
O assunto é meio uma “celeuma”, um “tabu” no meio acadêmico. Todos sabem que acontece, ams poucos se dispõem a comentar, por medo de represálias futuras.
O mais honesto seria: a instituição coloca 10 vagas a disposição, mas ja avisa de antemão que 5 são pra ex-alunos e outras 5 são pro “povão”. Assim, pelo menos, menos pessoas seriam iludidas efeitas de idiota.
Um dia a coisa melhora.
Saudações,
Fabrício
Caro Fabrício,
Não vou nem comentar o óbvio: não é porque você não viu que algo não exista, né?! O principal é tentarmos estabelecer um parâmetro comum mínimo e, parece-me, que estamos usando a palavra “favorito” de maneira diversa.
Veja só, falei em “favorito” não como favorecido, mas como alguém que se sobressai por seus méritos (você pega a lista de inscritos em um concurso e vê, dentre eles, sei lá, 1, 2 ou 3, e.g., que são mais fortes por ‘n’ critérios de qualidade… eles são mais fortes, mas isso não significa que vão entrar… já vi ambos casos acontecerem – entrar e não entrar).
Até onde sei, é PROIBIDO a participação de ex-orientador (ou de alguém com quem você tenha tido relação de pesquisa ou de parentesco e outras relações que não lembro agora) em banca de concurso para professor. É assim na USP, é assim em várias IFES que conheço. Imagino que o seja na UFF.
Agora, as normas para ingresso na pós-graduação variam entre as instituições e mesmo entre os programas. Aí, dependendo do caso, é quase inviável se proibir a participação de ex-orientadores (porque a chance de a maioria dos professores terem orientado algum dos candidatos, na grad. ou no mestr. é grande). O que se pode e deve fazer é controlar as etapas, em que em algum momento se tenha avaliação cega ou duplamente cega.
De resto, uma pós-gradução melhor se faz com diversidade, recebendo alunos oriundos de outras instituições, etc. Senão, ficamos todos ensimesmados, acostumados às mesmas abordagens, leituras, etc.
Abs, George D.
Caro George,
não irei julgar o fato, mas acabei de publicar outro depoimento, de outra instituição, que leva ao mesmo problema.
George, o mundo dos sonhos seria o que vc escreveu. Infelizmente não ocorre isso e posso falar de maneira muito confortavel porque fui vítima desse tipo de falcatrua. Há cartas marcadas e o concurso para pós-graduação, em sua grandecíssima maioria é de cartas-marcadas sim.
Quanto à diversidade de alunos vindos de outras instituições, deveria ser o correto. Mas a universidade procura se encastelar em si mesma.
Caro Pedro,
Vi seu link lá no Biscoito e quis comentar aqui. Olha, falando de maneira geral e não nesse caso específico, tem me preocupado a banalização das denúncias sobre concursos.
É, é verdade que há problemas – e eu sei de pelo menos um concurso dirigido mesmo (e não de ouvir dizer, mas de saber dos fatos e de pessoas envolvidas) – do gênero no Brasil.
Mas, ao mesmo tempo, percebo essa banalização, como se tudo fosse arranjado, o que, até onde conheço e entendo, passa longe da verdade.
Em concursos, é normal que alguns nomes se tornem favoritos. Favoritos pelo perfil, currículo, história, etc., mas não favorecidos a priori. Já vi favoritos confirmarem a sua condição, como outros perderem para surpresas.
Eu já vi também tentarem sacanear concurso com esse tipo de denúncia a priori contra um favorito. Na verdade, era um concurso grande, com mais de 20 candidatos e pelo menos 3 nomes fortíssimos – ou, para usarmos a palavra, 3 favoritíssimos. Aí, antes da hora, fala-se à boca pequena: concurso arranjado para fulano, quando, na verdade, fulano era um dos 3 fortes que tinha mais probabilidades de ganhar. Ah, só para esclarecer, eu não faço parte de nenhuma dessas histórias, apenas as conheço bem.
Por favor, não me entenda mal. Não estou dizendo que seja esse o caso. Quero apenas compartilhar uma preocupação minha a partir do que tenho observado.
Boa noite, George, obrigado por comentar aqui.
Quem me passou a foto foi um amigo meu que é mestrando de História na UFF, e que fez o registro. Na própria seleção para este mestrado a coisa já foi meio esquisita, conforme o relato dele.
Entretanto, é evidente que temos de esperar um eventual resultado para poder tirar alguma conclusão.
Obrigado por comentar.
Bem, discordo do comentario do George. Nunca vi “favorito” em concurso ser rotulado assim antes da hora. O correto seria TODOS concorrerem em pé de igualdade e, aí sim, corrigidas as provas, ser declarado um vencedor.
Não é que seja uma regra de fato a maracutaia ocorrer em 100% dos concursos, mas principalmente nestes, para mestrado/doutorado/professor-titular, a coisa ocorre – e em grande escala. Em primeiro lugar, deveria ser PROIBIDO um professor da banca julgar um ex-aluno orientado por ele diretamente. Obviamente que, entre um candidato “de fora” e um ex-orientando, quem será que ele vai indicar pra vaga? Na UFF, em cada 10 vagas colocadas a disposição, pelo menos 8 vagas já estão “comprometidas” para alunos “da casa”. As outras duas vagas ficam então para o “restante”. No doutorado da mesma instituição, 10 ex-alunos ocuparam as 10 vagas. Os professores da banca ja entraram sorrindo na sala de provas.
O ensino no Brasil, por si só, é excludente. Começa excludente lá embaixo, no ensino básico (nem todos têm acesso ao ensino) e quando o gargalo afunila, como no caso de um mestrado, a coisa piora, porque somente o “cream de la cream” é escolhido (a maioria não por mérito, mas por Q.I).
O assunto é meio uma “celeuma”, um “tabu” no meio acadêmico. Todos sabem que acontece, ams poucos se dispõem a comentar, por medo de represálias futuras.
O mais honesto seria: a instituição coloca 10 vagas a disposição, mas ja avisa de antemão que 5 são pra ex-alunos e outras 5 são pro “povão”. Assim, pelo menos, menos pessoas seriam iludidas efeitas de idiota.
Um dia a coisa melhora.
Saudações,
Fabrício
Caro Fabrício,
Não vou nem comentar o óbvio: não é porque você não viu que algo não exista, né?! O principal é tentarmos estabelecer um parâmetro comum mínimo e, parece-me, que estamos usando a palavra “favorito” de maneira diversa.
Veja só, falei em “favorito” não como favorecido, mas como alguém que se sobressai por seus méritos (você pega a lista de inscritos em um concurso e vê, dentre eles, sei lá, 1, 2 ou 3, e.g., que são mais fortes por ‘n’ critérios de qualidade… eles são mais fortes, mas isso não significa que vão entrar… já vi ambos casos acontecerem – entrar e não entrar).
Até onde sei, é PROIBIDO a participação de ex-orientador (ou de alguém com quem você tenha tido relação de pesquisa ou de parentesco e outras relações que não lembro agora) em banca de concurso para professor. É assim na USP, é assim em várias IFES que conheço. Imagino que o seja na UFF.
Agora, as normas para ingresso na pós-graduação variam entre as instituições e mesmo entre os programas. Aí, dependendo do caso, é quase inviável se proibir a participação de ex-orientadores (porque a chance de a maioria dos professores terem orientado algum dos candidatos, na grad. ou no mestr. é grande). O que se pode e deve fazer é controlar as etapas, em que em algum momento se tenha avaliação cega ou duplamente cega.
De resto, uma pós-gradução melhor se faz com diversidade, recebendo alunos oriundos de outras instituições, etc. Senão, ficamos todos ensimesmados, acostumados às mesmas abordagens, leituras, etc.
Abs,
George D.
Caro George,
não irei julgar o fato, mas acabei de publicar outro depoimento, de outra instituição, que leva ao mesmo problema.
George, o mundo dos sonhos seria o que vc escreveu. Infelizmente não ocorre isso e posso falar de maneira muito confortavel porque fui vítima desse tipo de falcatrua. Há cartas marcadas e o concurso para pós-graduação, em sua grandecíssima maioria é de cartas-marcadas sim.
Quanto à diversidade de alunos vindos de outras instituições, deveria ser o correto. Mas a universidade procura se encastelar em si mesma.
Um abraço
Fabrício