Nesta quinta feira excepcionalmente, a coluna da jornalista Raphaele Ambrosio aborda a decisão de muitas mulheres pela fertilização in vitro devido à dificuldade de se engravidar naturalmente.
A solução para a felicidade de muitas mulheres
O que para muitas mulheres parece fácil, para outras nem é tanto. A tão sonhada gravidez pode demorar, ou até mesmo não acontecer, devido a vários problemas, como endometriose, ovários policísticos, anomalia nas trompas, ou por a mulher ser estéril mesmo. Mas para alguns desses casos existe a solução da fertilização in vitro.
O número de casais que sofrem com a infertilidade é desanimador: mais de 2 milhões. Nem sempre o problema é com a mulher. O parceiro, em alguns casos, pode sim, ter uma parcela de culpa nisso. A contagem de espermatozoide é um caso. Se ele tem ausência ou uma fraca demanda de espermatozoide quando ejacula, isso pode causar infertilidade masculina. A genética também contribui, mas ai, é para ambos. Entenda um pouco mais sobre a fertilização e o seu processo.
Consiste na coleta dos gametas para que a fecundação seja feita em laboratório e depois na transferência desses embriões de volta para o útero materno. O método foi usado pela primeira vez na Inglaterra em 1978 e foi trazido ao Brasil em 1983. Nessa época ele era conhecido como bebê de proveta. Hoje em dia, essa expressão “proveta” já não é tão usada. Raramente esse termo é aplicado.
É feita uma coleta do esperma, no caso se for o marido, quando não, a mulher vai a um banco de esperma, escolhe o doador que mais lhe parece conveniente. Existem homens que tem dificuldade em ir em uma clínica e praticar a masturbação. O que é muito comum acontecer. Quando acontece, é necessária que seja feita uma punção ou biópsia para que seja retirado diretamente dos testículos.
Já a mulher, precisa fazer uma bateria de exames para saber se o corpo está propício para uma gravidez e mais, para ver se irá aguentar a quantidade de hormônios diários que terão que ser aplicados. Eles podem ser via oral ou injetáveis (subcutâneos). Os efeitos colaterais são desanimadores: desmaios, tonturas, ganho de peso, vômitos… são parecidos com os sintomas de grávida. Mas o pior efeito colateral que a mulher deve combater, é a ansiedade. Muitas ficam tão ansiosas, fixadas nesse sonho que isso pode vir a atrapalhar no tratamento.
Em geral, são estimulados até 12 folículos para uma produção maior de óvulos para coleta. Mas em casos em que não há mais produção de gametas, como o das mulheres na menopausa ou alguns homens que não produzem espermatozoides, é indicado o uso de gametas doados, ou seja, óvulos e esperma de outras pessoas. Nesse caso, ambos são anônimos. Seus nomes nunca são revelados, justamente, para o casal que está recebendo não ter vínculo com os doadores. Isso é firmado por lei.
Após a coleta, é feita uma seleção dos espermatozoides e em seguida, eles e um óvulo são colocados em uma cultura. São usados entre 100 a 200 mil gametas masculinos para cada feminino. O espermatozoide vencedor chegará até o óvulo e o embrião depois será formado. O processo é idêntico ao ocorrido dentro do útero, com a diferença que ocorre em laboratório, portanto não há riscos de problemas maiores do que em uma fecundação tradicional. O risco de que a fecundação não seja bem sucedida acontece, mas é muito raro. Tudo depende da qualidade do material utilizado.
Assim que o embrião estiver pronto, é colocado no útero da futura mamãe. Existe uma variedade na contagem de embriões, devido à idade da mulher. Se a faixa etária for até 35 anos, dois embriões são usados. Se for acima dos 40, vão sendo usados, três, quatro, de acordo com a necessidade, corpo e organismo da mulher. Para inserir o embrião, o profissional usa um bico de pato e um cateter bem fino na vagina da mulher. Ele é auxiliado com um aparelho de ultrassom que vai direcionando o caminho a ser percorrido com o cateter. Em geral, o embrião é colocado a 1cm do útero. Um exame de gravidez é feito 15 dias depois do processo para saber se foi realizado com sucesso e confirmar o que tanto a mulher deseja: que ela é uma futura mamãe.
Mas, para que isso tudo ocorra, o investimento é salgado: custa em torno de R$ 12 mil a 16 mil. O SUS já está disponibilizando esse método, mas a fila de espera é desanimadora. Lembrando que o valor a ser pago é para cada fertilização, ou seja, se a primeira tentativa não der certo, o valor deverá ser novamente pago. Todo o processo demora em torno de 25 dias.
Não esquecendo que a mulher precisa preparar seu corpo para tudo isso. Não só com os hormônios, mas sim, tendo uma alimentação adequada, sem excessos, com pouco sal, não ingerir bebida alcóolica, não fumar, praticar exercícios. Enfim, manter uma vida saudável, até mesmo durante o processo. Não é preciso firmar que, após a gravidez confirmada, a gestante não pode cometer exageros, certo?
Vale lembrar também que, o tratamento à base de hormônios é contraindicado para mulheres que sofrem com carcinoma ovariano, uterino ou mamário e tumores do hipotálamo ou da glândula pituitária. Para isso existe a bateria de exames a ser feito, para não colocar a saúde da mulher em risco.
Se você, assim como milhares de mulheres estão passando por dificuldade em engravidar e está pensando na fertilização, pesquise, procure a clínica certa. Banque a detetive e verifique se a clínica está apta para tal procedimento. Existem clínicas clandestinas e é fácil desconfiar, já pelo valor a ser cobrado. Cuidado! Existem ótimas clínicas Brasil afora que pode realizar o seu sonho. Boa sorte.